Protestos globais contra alterações climáticas - TVI

Protestos globais contra alterações climáticas

Marcha pelo Clima em Nova Iorque

Ao todo foram duas mil marchas em todo o mundo, que exigiram políticas firmes que travem a emissão de carbono para a atmosfera

Mais de 300 mil manifestantes encheram as ruas de Nova Iorque no domingo, na maior marcha pelo clima da história, colocando a ameaça ambiental no topo da agenda global. Apesar de Nova Iorque ter sido o epicentro, milhares de pessoas desfilaram em 165 países pedindo medidas radicais.

Os organizadores da Marcha pelo Clima tinham como objetivo exercer pressão sobre os líderes mundiais, reunidos em Nova Iorque para uma cimeira da ONU sobre o clima, marcada para terça-feira, 23 de Setembro, o primeiro encontro dos líderes em cinco anos.

O secretário de estado dos EUA, John Kerry, reforçou a necessidade de ação, apelando aos líderes mundiais a levar a ameaça da mudança climática tão a sério como a Isis e a Ébola. John Kerry, em declarações aos ministros das 20 maiores economias, disse que a mudança climática deve estar no topo da agenda, apesar da concorrência dos desafios mais imediatos.

Em Londres, 40 mil pessoas foram para as ruas e marcharam até ao Parlamento. O protesto foi pacífico, tendo terminado com um minuto de silêncio seguido por aplausos.

Em Melbourne, os manifestantes desfilaram com um boneco gigante do primeiro-ministro australiano, Tony Abbott.

Em Paris, segundo os organizadores, participaram 25 mil pessoas.

Em Nova Iorque, foram vários os nomes e personalidades conhecidas que se juntaram aos protestos, como a atriz Emma Thompson, pela Greenpeace, o ator Leonardo di Caprio, mensageiro da paz das Nações Unidas, o ex-vice-presidente dos EUA Al Gore e o mayor de Nova Iorque Bill de Blasio. Ainda no meio da multidão encontrava-se o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, exibindo assim a sua preocupação em mostrar que o assunto diz respeito a toda a gente.

Tony DeBrum, governador das ilhas Marshall, disse ao jornal britânico «The Guardian» que os países, como o dele, na linha de frente das mudanças climáticas, precisavam de ver sinais concretos de que os líderes estavam dispostos a fazer cortes profundos nas emissões de gases de efeito estufa e a colocar o dinheiro necessário para ajudar os países pobres a lidar com as mudanças climáticas. Acrescentou ainda que estava desapontado que os líderes de alguns dos maiores poluidores - China, Índia, Canadá e Austrália - não estarem presentes na cimeira sobre o clima.

Esta marcha pelo clima realizou-se dois dias antes de o presidente dos EUA, Barack Obama, e cerca de 120 outros líderes mundiais se reunirem na cimeira da ONU sobre as mudanças climáticas.

A ONU afirmou que usará o encontro de terça-feira para pressionar os líderes mundiais para fazer mais: para cortar mais carbono e, para os países ricos colocarem mais dinheiro para ajudar os países pobres a lidar com as mudanças climáticas.
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