Opinião: «Tenho dificuldade em perceber Mota Amaral» - TVI

Opinião: «Tenho dificuldade em perceber Mota Amaral»

Comentário de Marcelo Rebelo de Sousa na TVI

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Marcelo Rebelo de Sousa considerou este domingo, no habitual comentário político do Jornal Nacional da TVI que Pacheco Pereira tem uma «oportunidade de ouro» na comissão de inquérito ao negócio TVI, adiantando que não entende a atitude de Mota Amaral ao não levar à comissão a decisão de divulgação ou não das escutas. O professor falou ainda da Europa, das eleições antecipadas e da comissão de inquérito ao Magalhães.

Veja aqui o comentário deste domingo na íntegra

Sobre o negócio da TVI, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que as conclusões da proposta de relatório apresentada pelo deputado bloquista João Semedo «confirmam o que se sabia. Sócrates não podia deixar de saber, todo o país sabia, o Governo sabia, ele não vive noutro país, portanto sabia».

O professor afirmou que «toda a gente já percebeu o que se passou. Os portugueses não são parvos», no entanto, isso não deverá ser o suficiente para fazer cair o Governo. «Consequências políticas no sentido de ele ficar mais fragilizado, tem. Consequências políticas no sentido de ficar mais desgastado, tem. Agora, fazer cair o Governo? Isso, eu não acredito».

Sobre Mota Amaral, o professor admite não entender a posição do ex-presidente da Assembleia da República: «Eu hoje conhecendo o que conheço tenho dificuldade em perceber Mota Amaral. Por que é que ele não colocou à comissão: querem ou não querem divulgar as escutas? E foi ele a decidir», confessa Marcelo Rebelo de Sousa que diz ainda ter dificuldade «em perceber onde é que aquilo é inconstitucional. Pode ser ilegal, podemos discutir a lei. Agora inconstitucional, não vejo».

Já a posição do deputado Pacheco Pereira pode ser uma oportunidade de ouro». «Pacheco Pereira tem aqui uma oportunidade de ouro, mesmo perante a opinião pública em geral e perante as bases do partido, (...) se perceber que o relatório que existe é insuficiente para ele próprio ir mais longe e cavalgar a onda e apresentar, não digo o seu próprio relatório, mas as suas próprias conclusões».

Sobre a actual a situação insustentável defendida por Cavaco silva e a possibilidade de eleições antecipadas, Marcelo considerou que José Sócrates «agora já não quer, mas já percebeu que o ideal era ter sido mais cedo, quanto mais tarde for maior é a sova. Já nem é ele que vai a eleições, há-de mandar um Seguro qualquer, porque António Costa provavelmente já nem vai. Quanto mais tempo correr maior pancada para o PS».

«Pedro Passos Coelho quer agradar às bases dizendo que estamos atentos (...), mas depois pensa: ir para lá agora? Para ficar responsável pela crise? Não, vamos esperar um aninho (...). Ou seja, estão todos reféns de todos».

No caso da Comissão Magalhães, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que 1 milhão e 600 mil computadores distribuídos foram «uma alegria para muitas famílias e que isso valeu votos». No entanto, defendeu que «tem dúvidas» de que a iniciativa tenha sido devidamente aproveitada, em termos de escolas».

O professor concorda com a conclusão de ilegalidade da Comissão Europeia e da Comissão de inquérito e sobe a continuidade da Fundação Para as Comunicações Móveis tem uma ideia «muito clara»: «Se for para fazer novos fretes destes, sejam ao Governo Sócrates, seja a outro Governo, ainda que do meu partido, acho que não. Se for para fazer a sério apoio às novas tecnologias, nomeadamente nas escolas, sem fretes aos Governos, então talvez valha a pena manter».

Sobre a Europa e as recentes críticas, Marcelo considera que há sinais preocupantes, no entanto, defende que «a Europa valeu a pena e vale a pena a Europa. Precisamos de mais Europa e de mais Euro». Marcelo justifica a sua posição alegando que mesmo com toda a crise a «Europa ainda é a zona mais desenvolvida e evoluída do mundo». O professor diz ainda que voltar atrás e sair do Euro não é solução: «Seria um pandemónio».
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