Matosinhos: Guilherme Pinto ganha terreno a Narciso no PS

O actual presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, foi, esta terça-feira, considerado por vários dirigentes socialistas como «o melhor candidato para levar o PS a uma nova maioria» naquela autarquia, que Narciso Mirtanda já disse querer disputar, escreve a Lusa.

A secretária de Estado dos Transportes e líder nacional do partido, Ana Paula Vitorino, foi a mais explícita nessa afirmação, ao considerar Guilherme Pinto «o melhor candidato para levar o PS a uma nova maioria absoluta» e ao deixar claro que «o PS sabe quais são os seus adversários e os que estão contra si».

«Temos de cerrar fileiras para os combater», acrescentou, sublinhando que «o PS confia no trabalho dos socialistas de Matosinhos e é preciso dar continuidade a este projecto».

Os elogios ao «exemplo mais brilhante da nova geração de autarcas socialistas», como lhe chamou o líder da distrital do Porto do PS, Renato Sampaio, foram feitos num mega-jantar agendado para alegadamente comemorar o terceiro aniversário do actual mandato autárquico mas que na prática funcionou já como um primeiro momento de mobilização para a pré-campanha eleitoral.

«Indirectas» para Narciso Miranda

Num Palácio de Desportos e Congressos de Matosinhos cheio com mais de 1.700 pessoas, segundo as contas da organização do jantar, nunca o nome do anterior presidente da Câmara de Matosinhos, Narciso Miranda, foi referido, apesar das várias «indirectas» que lhe foram dirigidas.

À entrada do jantar, quando questionado pelos jornalistas sobre se repetiria a afirmação feita há três anos, em jantar semelhante, de que gostaria de ter Narciso Miranda presente, Guilherme Pinto respondeu que sim. «Não há uma única razão para que não esteja presente, a não ser as que ele próprio inventou», frisou.

Numa das várias alusões indirectas ao ex-autarca socialista, Guilherme Pinto afirmou «já ter ouvido dizer que é preciso que Matosinhos tenha voz». «É de facto preciso que tenha voz na segurança, na educação e na saúde», disse. E rematou afirmando que «não vale a pena ter voz se não houver ouvidos que a escutem».

O autarca disse querer transformar Matosinhos, um concelho onde «houve uma redução total de dois mil desempregados», no «motor económico da Área Metropolitana do Porto», agora que conta com «uma estratégia, uma partilha e uma liderança».